A eleição municipal tem sido assunto dos sermões do Padre Santana nas missas, como forma de orientar os fiéis sobre a escolha dos candidatos. A Cartilha de Orientação Política, com o tema “A Esperança não decepciona”, baseada no versículo de Romanos 5:5, também já foi distribuída nas 21 comunidades da Paróquia que recebeu 900 exemplares.
O pároco recebeu a reportagem e foi categórico: “Nunca podemos votar em quem oferece dinheiro, cesta básica e promete vantagens. Pegue o dinheiro e vote no candidato contrário porque se está oferecendo algo não é digno do seu voto. Está querendo fazer troca, não é uma boa escolha para a cidade. O bom candidato é aquele que só apresenta propostas”.
O eleitor consciente está saturado de conteúdo nocivo. “Agora é o momento de apresentar propostas e não de ataques. Se o candidato atacar o outro não aceite, peça para mostrar as propostas. Não dê ouvidos ao candidato que critica o outro para se engradecer. Não podemos denegrir a imagem de ninguém. Observe como as campanhas estão sendo conduzidas, se for baseada em críticas deixe esse candidato de lado”, ressaltou o pároco que justificou a declaração: “A política é a arte do encontro. Você é meu adversário na política, não meu inimigo. Não vou ter atitudes hostis e ríspidas com o outro, mas respeitosas. Isso já começa dentro da campanha”.
A IGREJA DISCUTE POLÍTICA SIM
“A política é a arte do bem comum e a Igreja discute política sim. Tudo que envolve o cidadão é uma política. Temos que nos envolver na política e muito, somos responsáveis por aqueles que vão nos conduzir nos próximos quatro anos. Não podemos ficar quietos, a Igreja como um todo é obrigada a orientar as pessoas”.
Se o candidato já é vereador precisamos nos informar o que fez durante o mandato, se visitou os bairros da cidade e se as indicações apresentadas contribuíram com o coletivo. “Se visitou o meu bairro há quatro anos e reapareceu nesta campanha esse candidato não merece seu voto, é interesseiro. Esteve envolvido no bem comum do município ou ficou calado? Cumpriu as propostas prometidas? Defendeu os interesses da população ou do grupo político? Esses são questionamentos que precisamos fazer para saber se este candidato à reeleição merece seu voto”.
COBRAR E ACOMPANHAR
A função do cidadão não é só eleger, mas de acompanhar o candidato que votou durante os quatro anos para cobrar as propostas que prometeu na campanha. “O vereador precisa ouvir o povo porque é seu representante, quais as necessidades do meu bairro e em todas as áreas. Não existe partidarismo porque representam o povo e a cidade. Não são eternos no poder, mas a cidade é do povo, que vive nela. Tanto o prefeito como o vereador têm o dever de desenvolver bem a sua função, porque nos representam e trabalham para a população”, explicou Santana. Ele frisou: “O vereador apresenta a proposta através de indicação, projeto, etc e tem o dever de fiscalização. O prefeito executa o melhor para povo, precisa governar em favor da maioria e nunca da minoria”.
NÃO CRUZE OS BRAÇOS
A responsabilidade de eleger os próximos governantes está na mão do povo e não podemos votar em branco ou anular o voto. “Não podemos cruzar os braços, precisamos votar porque alguém será eleito. Você é um cidadão, faz parte da cidade e tem que ser responsável. Quem joga o voto no lixo, não votando, não pode criticar e nem se decepcionar, tem que se calar e ficar quieto porque não se envolveu e nem assumiu uma posição”, ressaltou o pároco
Padre Santana também fez um alerta sobre as “fake news” e o uso da inteligência artificial nas campanhas. “Não passe para a frente e nem compartilhe conteúdos falsos porque sou adepto deste ou daquele candidato. Para repassar precisamos ter certeza que o conteúdo é verdadeiro. Não divulgue notícias falsas”.
A cartilha das eleições está à disposição no escritório paroquial, inclusive para os candidatos. “Temos que ler a cartilha que além da orientação, esclarece sobre o quociente eleitoral, as funções do prefeito e vereador e muitos outros assuntos relacionados à campanha, eleições e ao município. Precisamos nos informar porque as eleições interessam a todos. Que tenhamos uma campanha e eleição limpas e acima de tudo com muito respeito”, finalizou o pároco.
