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Os dentes e sua relação com o coração

A relação dos dentes com o coração para muitos podem até parecer estranho, mais a sua associação é muito mais comum e preocupante que podemos imaginar, ainda mais se existir uma saúde bucal precária ou tratamentos odontológicos insatisfatórios.

Milhões de pessoas morrem todos os anos com problemas cardíacos. Você sabia que ter dentes e gengivas saudáveis é essencial para evitar que isto aconteça?

Existe   alguma   ligação   entre   gengivite   e   problemas   cardíacos, em geral, os dados indicam que a gengivite crônica pode contribuir para o desenvolvimento de problemas cardíacos.

Em Nova Iorque, investigadores revelaram os resultados de um estudo que comprova que a prática regular de escovar os dentes diminui o risco de ataques cardíacos e de acidentes vasculares cerebrais.

A gengivite é uma infecção bacteriana que pode ter efeitos à distância da sua boca.

Com relação a problemas cardíacos, há uma teoria que diz que a gengivite permite às bactérias entrarem na corrente sanguínea e aderir aos depósitos de gordura existentes nos vasos do coração.

Isto pode causar coágulos e provocar um problema cardíaco.

O relatório do Ministério da Saúde dos Estados Unidos sobre saúde bucal afirma que a saúde bucal é parte integrante da saúde geral.

Com relação à saúde bucal, existem recomendações especiais para quem tem problemas cardíacos:

● Manter sua boca saudável. Isto é, escovar os dentes, usar fio dental diariamente e consultar o dentista regularmente;

● Informe seu dentista a respeito de seu problema de saúde geral;

● Siga com cuidado as instruções do dentista e de seu médico e use os medicamentos – como antibióticos, por exemplo – de acordo com as indicações.

Os procedimentos dentários oferecem algum risco a quem tem problemas do coração, tais como: Se você tiver certos problemas cardíacos, existe a possibilidade de você desenvolver uma endocardite bacteriana, uma infecção do revestimento interno do coração ou das válvulas.

 Um sangramento na boca pode permitir que certas bactérias bucais entrem no sistema sanguíneo e atinjam as válvulas ou tecidos que foram enfraquecidos por um problema cardíaco preexistente.

Nesses casos, a infeção pode danificar ou mesmo destruir as válvulas e os tecidos do coração.

Há precauções que você deve tomar se estiver enquadrado em algum dos itens abaixo:

● Válvulas artificiais;

● Histórico de endocardite;

● Defeitos cardíacos congênitos;

● Válvulas cardíacas danificadas por problemas como, por exemplo, febre reumática;

● Prolapso da válvula mitral com sopro;

● Miocardiopatia hipertrófica.

Não deixe de conversar com o dentista sobre qualquer problema cardíaco que estiver sentindo e os medicamentos que está tomando.

Endocardite é uma doença séria associada a mortalidade significante.

Com administração de antibióticos antes de procedimentos em que bacteremia é esperada, diversas publicações suportam redução de risco

Endocardite bacteriana Incidência

– 4.2 por 100,000 pacientes/ano;

– Prolapso mitral 52 por 100,000 pessoas/ano;

– Abuso de drogas 2 a 5 % por paciente/ano;

– Prótese valvar 1.4 a 3.1% aos 12 meses, 4.1 a 5.4% aos 4 anos, 3.2 a 5.7% aos 5 anos.

Procedimentos dentários em que a profilaxia da endocardite é recomendada nos portadores de alteração anatômica do coração

– Extrações dentárias

– Procedimentos periodontais incluindo cirurgia, raspagem, testes e manutenção.

– Colocação de implantes e reimplantes de dentes avulcionados;

– Tratamentos endodônticos, instrumentação ou cirurgia apicais;

– Colocação subgengival de fibras ou tiras antibióticas;

– Colocação inicial de bandas (mas não brackets)

 – Injeções locais anestésicas intraligamentares;

–           Limpeza de dentes ou implantes, onde a mobilidade está prevista.

Profilaxia

A profilaxia é feita com a administração de antibióticos sob orientação de profissional da saúde quão melhor for a nossa higiene oral, menores são as hipóteses de desenvolver riscos à nossa saúde e até a própria vida. Por isso, não se esqueça de juntar às duas escovações diárias e de garantir, pelo menos, as duas consultas anuais no dentista.

Dr. Raul Antônio Pinto Neto

CRO/SP 69.400