A Leucemia é um tipo de câncer que acomete a medula óssea, órgão responsável pela produção das células do sangue. Se caracteriza por uma proliferação anormal e desordenada dos glóbulos brancos, que perdem sua função de defesa do organismo e altera a produção normal dos demais elementos sanguíneos como os glóbulos vermelhos e plaquetas.
As Leucemias são classificadas conforme a velocidade de desenvolvimento dos sintomas. As leucemias agudas são aquelas em que o paciente se apresenta rapidamente com sintomas de anemia (cansaço, tontura, fadiga), sangramentos e/ou infecções. Já nas leucemias crônicas a evolução é lenta, o paciente geralmente é assintomático e muitas vezes é um achado ocasional de exame.
As leucemias acometem tanto adultos como crianças. Existem mais de 12 tipos de leucemias, sendo 4 grupos principais: Leucemia Mielóide Aguda (LMA), Leucemia Mielóide Crônica (LMC), Leucemia Linfóide Aguda (LLA) e Leucemia Linfóide Crônica (LLC).
No Brasil, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o número estimado de casos novos de leucemia para cada ano do triênio de 2023 a 2025, é de 11.540 casos. Em relação à mortalidade, em 2020, no Brasil, ocorreram 6.738 óbitos por leucemia (3,18 por 100 mil).
Na maioria das vezes, a leucemia não possui causa definida. Mas existem alguns fatores que aumentam a chance de desenvolvimento de mutações que podem levar à desregulação na produção das células, aumentando o risco de desenvolver a leucemia.
Alguns fatores ambientais são exposição ao benzeno, aos herbicidas, pesticidas, radiação ionizante e quimioterapias. Há também alguns fatores genéticos e doenças predispodentes como Síndrome de Down, infecção pelo HIV, síndrome mielodisplásica, etc.
Os principais sintomas são palidez, cansaço, tontura, inapetência, febre, sangramento gengival, manchas roxas pelo corpo, epistaxe, dores ósseas, aumento de linfonodos, dor/aumento volume abdominal (hepatomegalia, esplenomegalia) e infecções recorrentes.
O principal exame para avaliação inicial é o Hemograma Completo, onde podemos identificar anemia, plaquetopenia, aumento ou redução dos leucócitos.
Em caso de suspeita de Leucemia, é necessário a avaliação por um especialista e a realização de exames da medula óssea para confirmação diagnóstica.
O tratamento para as leucemias agudas é a quimioterapia e, para alguns casos, utilizamos também o transplante de medula óssea ou a terapia celular (CAR-T). O tratamento para as leucemias crônicas é heterogêneo e nem sempre é necessário.
Dra. Isabela Assis de Siqueira
Médica Hematologista
Coordenadora do Departamento de Hematologia do Hospital de Amor de Barretos
CRM SP 156143
RQE Hematologia e
Hemoterapia 108181