Boi 777 revoluciona a pecuária de corte brasileira. Unidade disponibiliza cavalos ao Regimento “9 de julho” há mais de 40 anos
O Boi 777, tecnologia desenvolvida na APTA Regional de Colina que reduz o tempo de abate e eleva a rentabilidade do setor, foi um dos quatro projetos de ponta em pesquisa agropecuária apresentados no Global Agribusiness Festival (GAFFFF) 2025, maior evento de cultura agro do mundo, realizado de 5 e 6 de junho, que reuniu mais de 30 mil pessoas no Allianz Parque, em São Paulo.
O festival, organizado pela consultoria agrícola Datagro, contou com a presença de cinco governadores, lideranças do setor no Brasil e no mundo. A participação de representantes de mais de 30 países, confirma que o Brasil tem um protagonismo indiscutível na transição para uma economia mais sustentável e na produção de alimentos, fibras e bioenergia.
A “Cavalgada do Agro.SP”, que abriu o festival, utilizou cavalos fornecidos em sua maioria pela APTA Regional de Colina. O diretor da APTA Colina, representada no GAFFFF pelo Dr. Fernando Bergantini Miguel.
O estande da Secretaria de Agricultura e Abastecimento foi palco de demonstrações de projetos e pesquisas inovadoras, como a Tecnologia do Boi 777, desenvolvida por pesquisadores da Apta Colina, que vem transformando a pecuária de corte no Brasil ao propor um modelo mais eficiente para o crescimento e engorda dos animais. Com um sistema inovador baseado no ganho de sete arrobas em cada uma das três fases do ciclo produtivo, a tecnologia permite reduzir a idade de abate, melhorar o aproveitamento das pastagens e otimizar os recursos nutricionais, aumentando significativamente a lucratividade dos produtores.
O método é dividido em três etapas: na fase de cria, o objetivo é desmamar o bezerro com 7 arrobas (210 kg) até os 8 meses de idade, garantindo um bom desempenho desde a gestação. Na fase de recria, o animal ganha mais 7 arrobas, totalizando 14 arrobas (420 kg) ao fim de 12 meses, com manejo adequado de pastagens e suplementação estratégica. Por fim, na fase de terminação, o boi atinge as últimas 7 arrobas (105 kg de carcaça), podendo ser finalizado a pasto (Terminação Intensiva a Pasto – TIP), ou em confinamento, com um ganho médio diário de 1kg de carcaça por dia.
A tecnologia Boi 777 traz benefícios diretos para os pecuaristas, proporcionando abates mais precoces, melhor rendimento de carcaça e um ciclo produtivo mais sustentável, alinhado às exigências do mercado. O sistema foi testado e validado na Apta Regional de Colina, um dos principais centros de pesquisa em pecuária de corte do país. A unidade se tornou referência internacional, promovendo capacitação de técnicos, visitas de produtores e validação contínua de tecnologias voltadas ao setor agropecuário.
POLICIAMENTO MONTADO
A Cavalgada do Agro.SP, que abriu o GAFFFF, contou com cavalos de elite da cavalaria do Regimento de Polícia Montada “9 de Julho”, do Batalhão da Polícia Militar de São Paulo. A ação mostra o desempenho dos animais que colaboram com o policiamento de São Paulo. Os cavalos selecionados da raça Brasileiro de Hipismo é uma tradição das pesquisas científicas com equinos na Apta Colina.
A colaboração entre a Secretaria de Agricultura e Abastecimento e a Secretaria de Segurança Pública do Estado, por meio da Apta Regional de Colina (unidade de pesquisa científica), tem impulsionado o policiamento montado e atividades sociais por meio da criação de cavalos. Há mais de 40 anos, a Apta Colina disponibiliza cavalos da raça Brasileiro de Hipismo ao Regimento de Polícia Montada “9 de Julho”, permitindo que os animais atuem no patrulhamento ostensivo, controle de multidões e equoterapia em oito municípios paulistas.
Em abril deste ano, a Apta Colina entregou 20 novos animais, com média de três anos de idade, para o Regimento, que faz a doma e inicia os cavalos nas operações da Polícia Militar em todo o Estado. O projeto tem impacto direto na redução da criminalidade, com estudos indicando que a presença do policiamento montado contribuiu para uma queda de até 80% em indicadores criminais em áreas de patrulhamento.
TRADIÇÃO DE 90 ANOS
A Apta de Colina, conhecida como a “capital nacional dos cavalos”, tem 90 anos de tradição em pesquisas científicas com equinos, trabalhando com reprodução, sanidade, criação e nutrição. Os animais [criados na Apta Regional de Colina] possuem porte físico, força, docilidade e coragem, características essenciais para atuação policial.
O projeto de melhoramento genético realizado pela Apta Colina, em parceria com a Polícia Militar, busca garantir cavalos cada vez mais adaptados às atividades policiais, com foco na seleção de animais com as características ideais.
TREINAMENTO NA CAVALARIA
Ao chegarem à sede do Regimento de Polícia Montada, em São Paulo, os cavalos passam por um treinamento de aproximadamente seis meses, até estarem completamente adaptados ao patrulhamento. Os animais permanecem em atividade policial até atingirem, em média, 20 anos de idade.
Além das ações de segurança pública, os cavalos são utilizados pela Polícia Militar em sessões de equoterapia, método terapêutico que usa equinos para estimular o desenvolvimento neuropsicomotor de pessoas com deficiência. A unidade também destina cavalos da raça Brasileiro de Hipismo para competições esportivas, como salto, adestramento e Concurso Completo de Equitação (CCE).

