A tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos à carne bovina brasileira, em vigor desde o último dia 6, já provoca impactos diretos na economia de Barretos, onde o produto representa mais de 60% das exportações do município. Um confinamento local voltado para exportação, que opera com cerca de 25 mil cabeças, registrou queda de 10% no faturamento apenas com a notícia da taxação, reflexo da desvalorização do boi gordo.
Apesar do cenário favorável interrompido pela medida, frigoríficos e produtores já estudam redirecionar a carne para outros países que já possuem certificação brasileira, como México, Rússia e Indonésia.
O consultor de mercado Felipe Fabbri explica que, embora seja possível substituir o volume destinado aos EUA, o desafio será compensar a perda de receita, já que o mercado norte-americano pagava até US$ 1,5 mil a mais por tonelada do que a China.
Apesar das perdas, o setor em Barretos descarta demissões em massa, já que de 70% a 80% da carne produzida no país é consumida internamente, garantindo a demanda e a manutenção dos empregos.
