O estresse e a ansiedade fazem parte da nossa vida moderna e, assim como a obesidade, são problemas de saúde prevalentes e frequentemente interligadas de maneiras complexas. O estresse crônico pode influenciar diretamente o ganho de peso e a obesidade, criando um ciclo vicioso difícil de romper. Compreender essa relação é crucial para gerenciar esses problemas.
O estresse é uma resposta natural do corpo a ameaças, resultando na liberação de hormônios como o cortisol e a adrenalina. Em situações de estresse agudo, essas reações são benéficas, preparando o corpo para “lutar ou fugir”. No entanto, quando o estresse se torna crônico, os níveis elevados de cortisol podem ter efeitos prejudiciais como o aumento do apetite e a preferência por alimentos processados, ricos em gorduras ruins, açúcares refinados, altamente calóricos e sem nutrientes. Esses alimentos podem causar ainda mais estresse para o organismo, causando ainda mais ansiedade, fadiga, desânimo e sensação de cansaço, também podemos associar a um aumento no armazenamento de gordura abdominal, um fator de risco significativo para a obesidade e doenças associadas como infarto, AVE, hipertensão e diabetes.
O cortisol, conhecido como o hormônio do estresse, desempenha um papel central no metabolismo e na distribuição de gordura. Níveis elevados de cortisol podem levar ao acúmulo de gordura visceral, a gordura que se acumula em torno dos órgãos internos, que é associada a um maior risco de doenças metabólicas. Além disso, o estresse crônico pode interferir no sono, outra condição que contribui para o ganho de peso. A falta de sono pode alterar os níveis de hormônios que regulam a fome, como a grelina e a leptina, aumentando a sensação de fome e reduzindo a saciedade.
O estresse crônico influência nos comportamentos alimentares. Muitas pessoas recorrem à comida como uma forma de lidar com o estresse, um fenômeno conhecido como “comer emocional”. Esse comportamento pode levar ao consumo excessivo de calorias e à escolha de alimentos pouco saudáveis, contribuindo ainda mais para o ganho de peso. Além disso, o estresse pode reduzir a motivação para a atividade física, colaborando para o ciclo de sedentarismo e obesidade.
Para combater este mal, é essencial adotar uma abordagem ampla como, técnicas de gerenciamento do estresse: meditação, yoga e terapia cognitivo-comportamental, hábitos alimentares saudáveis como uma dieta equilibrada, rica em alimentos naturais, ou seja, o que vem da natureza como, por exemplo: peixes gordurosos, ovos, carnes, frutas variadas: abacate, morango, banana e também as verduras e legumes variados: espinafre, alface, tomate, couve, entre outras. Esses alimentos são ricos em Ômega 3, Magnésio e vitaminas do complexo B que favorecem para a nutrição do nosso cérebro, ajudando a regularizar os neurotransmissores responsáveis pelo humor. A prática regular de exercícios físicos são fundamentais pois liberam hormônios do bem-estar. Apoio psicológico e social também desempenham um papel crucial dos efeitos do estresse e na promoção de um estilo de vida equilibrado.
Conclusão
Concluímos que, é de fundamental importância, todas as vezes que nos sentirmos sobrecarregados e estressados, ao invés de buscarmos alimentos processados ricos em gorduras trans e açúcares refinados, priorizar a alimentação natural e também buscarmos estratégias citadas acima como: atividade física e ajuda psicológica.
O que você coloca no seu prato e as atitudes que você toma perante as situações faz toda diferença no seu bem-estar físico e mental.
Referências
Mayo Clinic. “Stress symptoms: Effects on your body and behavior.” Mayo Clinic, 2022.
Harvard Health Publishing. “Understanding the stress response.” Harvard Medical School, 2021.
National Institutes of Health. “The role of cortisol in metabolism.” NIH, 2020. Sleep Foundation. “How Sleep Affects Your Appetite.” Sleep Foundation, 2023. American Psychological Association. “Stress and eating behaviors.” APA, 2022.
Centers for Disease Control and Prevention. “The impact of stress on physical activity.” CDC, 2021.
National Center for Complementary and Integrative Health. “Mind and body practices for stress management.” NCCIH, 2020.
World Health Organization. “Mental health and psychosocial support in emergencies.” WHO, 2022.
Jéssica Maziero Martins
Nutricionista
CRN: 44362