A experiência como policial rodoviário foi fundamental para que Marcelo Carlos Amaro evitasse uma tragédia de grandes proporções na Av. José Francisco Azedo na manhã de quinta-feira, dia 1º.
Ele mora na Avenida das Cohabs, próximo ao Auto Posto Pégasos (Ipiranga) e de casa avistou uma fumaça saindo da parte traseira de uma Komvbi, que estava na área de abastecimento do posto, ao lado de uma bomba e muito perto da tampa do tanque de combustíveis.
Percebendo a gravidade da situação, o militar imediatamente chamou o irmão Rogério e os dois, munidos de extintores de água e outro de pó, saíram correndo em direção ao posto. “Chegamos muito rápido e encontramos o motorista da perua do Saaec e a frentista em desespero. O foco era apagar as chamas que tinham começado no motor e tirar o veículo de perto do produto inflamável, impedindo que o fogo descesse para o tanque ou atingisse as bombas, causando uma grande explosão”, contou o militar que salientou: “Abri a porta do veículo que já estava com fumaça no interior, desengatei a marcha e empurramos a Kombi para fora do posto. O veículo ficou quase no meio da avenida, longe das pessoas, do comércio ali em volta, onde também há uma escola nas proximidades. Tentei desligar o cabo da bateria, mas o fogo já tinha tomado conta da perua”.
Como a Kombi é um veículo fácil de pegar fogo, abrimos as portas, quebramos os vidros e conseguimos controlar as chamas parcialmente até a chegada do Corpo de Bombeiros de Barretos que com o caminhão, dotado de potente jato de água, apagaram as chamas. Felizmente não houve explosão e ninguém ficou ferido”, explicou Amaro.
O policial revelou que neste caso não é bom jogar água que alastra ainda mais as chamas. O ideal é usar o extintor de Co2 em pó, preparado para situações como esta. “Este tipo de ocorrência não é típica da minha área, mas o pouco de conhecimento adquirido na profissão foi suficiente para evitar o pior e me possibilitou ajudar. O controle emocional e saber o que fazer conta muito em situações de perigo como esta”.
Mesmo vendo o policial e o irmão tirando a perua do posto para apagar o fogo, poucas pessoas ajudaram. A maioria ficou com o celular na mão tirando fotos e fazendo vídeos. “Muitos ficaram ao redor com o celular, mas cada pessoa tem uma atitude diante destas situações. A maioria dizia para a gente sair dali, deixar a perua queimar, você vai se machucar e coisas semelhantes”.
A atitude de Marcelo foi considerada como um ato heroico pelos colinenses e ouvintes do programa “Conexão Tudo de Bom”, que transmitiu na tarde de sexta-feira, dia 1º, a entrevista do policial que contou como tudo aconteceu.
Marcelo é colinense e após aprovação em concurso ingressou na Polícia Militar em 1998, ficou dois anos em Frutal-MG para ganhar experiência. Por 10 anos trabalhou no setor de inteligência. Em 2009 pediu transferência para a Polícia Rodoviária, onde permanece até hoje locado em Frutal.
No final da entrevista Marcelo pediu para que o cidadão dê valor ao serviço que o policial presta à comunidade. “Trabalhar como policial não é fácil, não somos super-heróis, recebemos críticas e só quem está nesta profissão sabe das dificuldades que enfrentamos”, conclui Marcelo. O pouco que restou da perua foi retirado da avenida pelo guincho.
EXPLOSÃO
Os dois servidores municipais que estavam na perua relataram no registro da ocorrência na delegacia que durante o abastecimento no posto a gasolina vazou por baixo do veículo, ficando a mostra no chão. Ao ser dada a partida imediatamente houve uma explosão e pessoas prestaram socorro, apagando o fogo com extintores e empurrando a perua para fora do comércio.
