(Por: Diácono Lombardi)
O Ano Litúrgico, na Igreja, não coincide com o ano civil. Este se inicia no dia primeiro de janeiro; o Ano Litúrgico, no primeiro domingo do Advento que, neste 2024, ocorre no dia 1º; os demais domingos serão dias 8, 15 e 22 de dezembro.
Uma informação que a Igreja nos passa, e é muito importante, é a seguinte: “O tempo do Advento possui dupla característica: sendo um tempo de preparação para as solenidades do Natal, em que se comemora a primeira vinda do Filho de Deus entre os homens, é também um tempo em que, por meio desta lembrança, voltam-se os corações para a expectativa da segunda vinda do Cristo no fim dos tempos. Por este duplo motivo, o tempo do Advento se apresenta como um tempo de piedosa e alegre expectativa” (Normas sobre o Ano Litúrgico e o Calendário – NALC, n. 39).
Assim disposto, ressaltem-se essas duas características: primeiro, é sim uma preparação para a solenidade do Natal, mas tem que ser uma preparação religiosa, espiritual, meditativa, de modo que não se torne uma expectativa paganizada, ou seja, com mais preocupações nas iguarias e bebidas a serem preparadas para essa noite ou no dia, além daqueles impulsos consumidores despertados nas pessoas pela volúpia do comércio e indústria que aguardam lucros vultosos nessa época do ano.
A outra característica, destacada no texto acima, é ainda mais importante: a espera da segunda vinda de Cristo, no fim dos tempos. Pode acontecer que algumas pessoas, sem uma formação adequada sobre a História da Salvação e os projetos divinos para a humanidade, permaneçam um tanto equivocadas sobre as festividades natalinas, achando que se trata do aniversário de Jesus, uma pessoa que, às vezes, é até desconhecida por aqueles que isso pensam comemorar. E o Natal não é “aniversário” de Jesus, nem é a mais importante festa da cristandade. Sabemos que a maior solenidade dos cristãos católicos é a Páscoa, a Ressurreição de Jesus.
Hoje queremos apenas destacar que, a partir desse domingo, precisamos dar uma atenção especial naquilo que de fato se caracteriza esse tempo do Advento, palavra que significa “vinda”. Jesus já teve a sua primeira vinda, humanamente, há dois mil anos. Voltou aos céus vitorioso, com todo o poder e glória, pois é Deus. Embora muitos o considerem que foi um homem importante, sim, mas morreu, humilhado e fracassado. Ele, porém, afirmou categoricamente que virá uma segunda vez, com o mesmo poder e glória, no fim dos tempos – que não sabemos quando e como será -, para julgar os vivos e os mortos.
O tempo do Advento é, por isso, um convite à conversão, para que permaneçamos vigilantes, em oração, como peregrinos da esperança. E nossa esperança é Jesus.