
A Prefeitura de Colina confirmou, nesta semana, o cancelamento de dois dos principais eventos festivos do calendário local: o show da virada de ano, previsto para ocorrer em 31 de dezembro no Lago do Parque Débora Paro e o Carnaval 2026, que seria realizado na praça que margeia a Av. José Francisco Azedo (Avenida das Cohabs).
A decisão foi anunciada pelo prefeito, Mi, após avaliação das condições financeiras do município e da necessidade de priorizar o uso responsável dos recursos públicos. Segundo a Administração Municipal, a medida está alinhada às exigências legais e orçamentárias que o município precisa cumprir, especialmente no que diz respeito ao pagamento de precatórios, Requisições de Pequeno Valor (RPVs), contribuições ao INSS e dívidas herdadas de gestões anteriores.
De acordo com a Prefeitura, a destinação de verba para eventos de grande porte comprometeria o equilíbrio orçamentário neste momento, podendo afetar áreas essenciais como saúde, educação, infraestrutura e assistência social. A Administração reforça que o foco é garantir a continuidade dos serviços públicos e evitar riscos ao planejamento financeiro de 2025 e 2026.
Em nota, o Executivo destacou que a decisão, embora difícil, foi tomada com base em critérios de responsabilidade administrativa, transparência e respeito ao dinheiro do contribuinte. A gestão ressalta que a prestação de contas ao munícipe é um compromisso permanente, e que todas as ações adotadas visam assegurar que Colina mantenha suas obrigações em dia e siga investindo de forma sustentável.
Em entrevista exclusiva ao Grupo Colinense de Comunicação, o prefeito falou sobre o cancelamento do réveillon e do Carnaval 2026.”A decisão foi dura, porém necessária, diante do grande volume de dívidas e compromissos financeiros herdados e acumulados pelo município”, destacou Mi.
De acordo com o prefeito, somente em RPVs o município precisou arcar com mais de R$ 6 milhões, além de quase R$ 1,5 milhão em precatórios ao longo deste ano. “Ainda há pagamentos programados para 2026, o que deve tornar o próximo ano igualmente desafiador. Outro problema é a dívida com o INSS, referente a 2023, deixada sem pagamento e agora assumida pela atual gestão”.
O prefeito relatou ainda que: “A Administração recebeu a estrutura municipal em condições precárias. Maquinários todos sucateados”, descreveu, ressaltando que: “Foi preciso reorganizar a realidade financeira da prefeitura para evitar prejuízos ainda maiores e isso exigiu cortes e ajustes internos para garantir que o município consiga honrar todos os compromissos obrigatórios”.
Apesar das dificuldades, Mi assegurou que os serviços essenciais estão mantidos e afirmou que não faltarão medicamentos nas UBSs, nos postos de saúde e na farmácia municipal, e que os exames seguem sendo realizados normalmente. Também enfatizou que áreas prioritárias, como educação e saúde, não sofrerão interrupções.
O prefeito reconheceu que a população sente falta de atividades culturais e de entretenimento, mas explicou: “Diante do cenário financeiro, não foi possível reduzir os valores pagos em RPVs — medida que permitiria manter alguns eventos. Com isso, decisões mais duras precisaram ser tomadas” e acrescentou: “Nós procuramos uma maneira para poder fazer isso, que era diminuir os valores do RPV,mas, infelizmente, não conseguimos, então nós estamos obrigados a tomar decisões mais duras nesse sentido”.
Recentemente a Administração Municipal apresentou um projeto com a intenção de limitar o teto do RPV em 14 salários mínimos, mas o mesmo foi rejeitado pela Câmara Municipal, mesmo após uma emenda apresentada pelos vereadores Valdir e Tyyago, que limitava a 21 salários.
Como isso o município é obrigado a usar teto nacional que é de 30 salários.
“Infelizmente, são essas as medidas do momento para que tenhamos dias melhores lá na frente”, concluiu Mi, reforçando o pedido de compreensão da população.













