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Colinense é referência na organização das provas da Festa do Cavalo

40 anos de Festa do Cavalo

Colinense é referência na organização das provas da Festa do Cavalo

É praticamente impossível se referir a Festa do Cavalo sem mencionar o nome de Kalli Basso Pereira, uma das pessoas que há mais tempo trabalha no evento. Das 43 edições da festa ela esteve presente em nada mais que 40. Isso mesmo, a auxiliar administrativa só não participou das três primeiras edições da festa que teve início em 1978. Tudo começou em 1981 quando Kalli era uma adolescente e o Recinto era apenas um terreno, longe da estrutura que existe hoje.

Nessas quatro décadas Kalli investiu na sua paixão pelo hipismo e é altamente gabaritada no assunto. Além da experiência adquirida na Festa do Cavalo, ela trabalhou no escritório da ABHIR – Associação Brasileira dos Cavaleiros de Hipismo Rural, em São Paulo e fez curso de juiz de prova.

COMO TUDO COMEÇOU

“Com 15 para 16 anos fui introduzida na festa que na época tinha duas comissões: a administrativa comandada por José Frederico Dezolt, o saudoso “Fredão” e a técnica  presidida pelo Dr. José Felipe de Souza Leão. Comecei na parte administrativa que funcionava numa barraca improvisada onde hoje é o Clube do Cavalo. Fiquei quatro anos na comissão do Fred e depois fui escalada para distribuir refeições para o pessoal que trabalhava na festa. Ficava até tarde e me recordo que Colina era muito fria no mês de julho. Quando chegava no outro dia cedo o Recinto estava coberto de branco da geada”, conta.

TRANSIÇÃO FOI UM SALTO

O primo Fernando Basso convidou Kalli para trabalhar na festa e a transição para a comissão técnica foi um salto. “O Antônio Celso Paro presidia a festa quando comecei a auxiliar no hipismo. Em 1985, atuava nas provas e paralelo a festa secretariava as competições hípicas da regional Norte Paulista promovidas pela ABHIR. O Celso, que era o presidente da regional, me levava para as provas e acabou me chamando para a comissão técnica. Nessa época uma cerca separava o Recinto do local onde aconteciam as provas de cross. A nossa estrutura de júri era uma carreta de trator onde ficávamos o dia inteiro”, relembrou a entrevistada.

GUINADA NA PARTE TÉCNICA

Kalli contou que todos os presidentes da festa e do Clube do Cavalo tiveram sua importância, porém na época do Celso a parte técnica deu uma guinada muito grande com o investimento feito em estrutura de CCE – Concurso Completo de Equitação.

“Existiam provas em outros lugares, porém as de Colina definiam os cavaleiros qualificados para a Olimpíada. A festa atraía competidores de todo país. Na época nenhuma cidade do Brasil se atrevia a marcar evento junto com a Festa do Cavalo porque todo mundo sabia que em julho não tinha pra ninguém”, disse.

Ela também relembra: “A festa tinha provas bem ecléticas e de agilidade, como o hipismo rural com baliza e tambores e o CCE que tem o cross. A evolução do hipismo foi deixando para trás essa parte rural e hoje não se vê mais isso, apesar de Colina ter insistido em manter essa tradição de CCE, que é uma prova olímpica. Na equipe brasileira sempre tem colinense competindo no CCE, como é o caso do Cacá. Mas apesar disso, não temos mais a estrutura e nem a referência de CCE conquistada no passado. A diferença entre o hipismo clássico (salto), praticado hoje e o CCE é muito grande. O Concurso Completo de Equitação é uma prova mais custosa e técnica que hoje tem referência na Europa”.

LEILÕES

Também não se pode falar de cavalos sem relembrar dos memoráveis leilões de animais realizado durante a Festa do Cavalo. “Os criadores participavam do leilão, mas a maioria dos animais pertencia à Fazenda do Estado. Era um leilão famoso e muito procurado, onde os preços dos cavalos atingiam pequenas fortunas”.

GRATIDÃO

Hoje com a estrutura existente e o pessoal que organiza, Kalli não precisa mais começar a trabalhar bem antes da festa. “Costumo chegar um dia antes para preparar a prova do dia seguinte e o fechamento se dá no último dia da festa para envio de resultados e prestação de contas”.

“Quero deixar registrado meu carinho e gratidão por todos os presidentes, aprendi muito com todos. Agradeço também os funcionários com quem tive a oportunidade de conviver, do guardinha até a copeira”.

Depois de 4 décadas dedicadas à festa surge a pergunta: Você pensa em parar? E a resposta está pronta: “De jeito nenhum. Aliás, em todos os empregos por onde passo, logo de cara já deixo claro que no mês de julho preciso de ‘férias’ porque a Festa do Cavalo é prioridade na minha vida”, finalizou Kalli.