A história de Maria Alice Polizelli com a Apae nunca terá fim, mas o vínculo empregatício com a entidade sim. O último dia de trabalho, após 29 anos de dedicação, 23 deles na função de diretora, aconteceu no final de fevereiro.
Ela ainda não se aposentou, mas os motivos particulares pesaram na decisão de deixar a entidade pela qual tem imenso carinho. Maria Alice se emocionou várias vezes durante a entrevista feita na companhia da atual diretora, a educadora física Clara Machado, 39 anos, que trabalha na instituição há 15 anos e aceitou o convite feito pela então diretoria.
“A minha saída é só física, pois meu coração é da Apae que é como minha casa. Sempre me senti muito bem nessa instituição que me ensinou muitas lições, me tornou uma pessoa melhor e onde fiz muitas amizades. A gente cria vínculos com funcionários, pais e alunos, alguns estão aqui desde que cheguei”, disse a ex-diretora que viveu quase metade dos 59 anos de vida trabalhando na instituição, onde ingressou em 1994 como secretária.
“Meu 2º cargo foi de assistente de direção e na sequência de diretora, função que passei a exercer em 2001 com a saída da Bete Neme, que foi convidada a ser secretária de educação”, relembrou Maria Alice que completou. “A Maria Clara está comigo desde o 2º semestre do ano passado e já aprendeu todo serviço, que é burocrático e exige muita documentação”.
PANDEMIA: A GOTA D’ÁGUA
A ex-diretora contou que os desafios profissionais foram muitos, mas nada comparado à pandemia, o mais estressante e a gota d’água para ela. “Sofremos com os pais e junto com os alunos que não podiam vir à escola, no entanto esse período foi de muitas mudanças na federação e na Diretoria de Ensino. Foi preciso aprender tudo muito rápido para cumprir os prazos. Continuamos nossa luta por convênios, aliás não perdemos nenhum. O pagamento das contas em dia também exigiu muita paciência”, desabou Maria Alice que acrescentou: “Fizemos inúmeros pedidos para deputados solicitando recursos e alguns foram entregues pessoalmente na visita dos políticos à cidade. Além das subvenções municipais, o comércio e a comunidade sempre foram parceiros, apoiando e participando de todas as promoções”.
MELHORIAS E INVESTIMENTOS
A estrutura do prédio melhorou nos últimos anos, bem como o atendimento aos alunos que são fruto do trabalho e das parcerias. A entidade recebeu mais de R$ 100 mil do governo estadual usado na construção da quadra. A estrutura metálica da cobertura foi concluída recentemente, bem como a pintura do piso. O recurso foi conquistado graças ao intermédio dos deputados Rafael e Ricardo Silva.
A verba de R$ 50 mil, conseguida pelo deputado federal Baleia Rossi, foi investida em segurança já que a entidade vinha sendo furtada com frequência. “Elevamos a altura do muro e instalamos cerca elétrica/concertina em todo o perímetro ao redor da escola, que agora está mais protegida. É claro que teve contrapartida, mas sem estes recursos não teríamos condições de custear nenhuma das melhorias”, conclui Maria Alice.
“Se conseguir chegar na metade do que a Maria Alice fez já está bom”, disse a diretora Clara que vai dar continuidade ao trabalho da antecessora que com a saída irá se dedicar mais a família.
