A relação entre Israel e a Faixa de Gaza sempre foi muita tensa, mas no primeiro sábado de outubro, dia 7, explodiu a guerra com a invasão dos terroristas do Hamas e o massacre de pessoas ao sul do território judaico.
A colinense Carla Cury Waisberg mora há 13 anos em Israel e da janela do seu prédio viu a imagem que correu o mundo, dos terroristas armados na caminhonete branca fuzilando as pessoas nas ruas.
“Moro com minha família a 10 km da Faixa de Gaza. Escutamos a sirene e fomos nos abrigar no bunker (quarto de segurança) para nos proteger do ataque de míssil. Permanecemos ali por cerca de 10 minutos e ao sair ouvimos pessoas gritando e o som de muitos tiros. Da janela vimos os terroristas metralhando e matando todas as pessoas que estavam na rua, inclusive crianças e atirando na porta de um supermercado. Imediatamente tranquei as portas e janelas do meu apartamento que tem seu próprio bunker”, relatou a colinense que viveu momentos de terror, pânico e desespero.
“Os terroristas invadiram a cidade bem cedo, no horário que famílias inteiras estavam indo rezar na sinagoga porque era dia de shabat (descanso no judaísmo). Todos foram executados e os corpos ficaram nas ruas. Um vizinho, que é policial, foi morto pelos terroristas que se esconderam na Universidade de Sderot e um amigo do meu marido foi fuzilado na festa rave. Tudo fica muito próximo de casa, inclusive os kibutz onde houve o massacre de famílias inteiras”, revelou Carla.
O exército israelense fez uma varredura no prédio e na cidade da colinense para detectar se havia algum terrorista infiltrado. “O ordem era para ficar em casa e na terça-feira soldados do exército israelense nos escoltaram até Ashkelom, cidade mais longe de Gaza onde mora a família do meu marido Gustavo, onde estamos até hoje. Tivemos a notícia que um míssil caiu ao lado da nossa casa em Sderot”, disse Carla que já presenciou outros conflitos, mas nada igual a este que definiu como “surreal”.
AQUI É MINHA CASA
Apesar de tudo ela e o marido não têm planos de sair de Israel. “Aqui é o país que escolhi como minha casa e onde formei minha família. As pessoas são muito solidárias, somos uma família. Primeiramente confio em Deus e depois no Exército de Israel, inclusive minha filha mais velha, de 17 anos, foi convocada e vai se apresentar para servir o exército em dezembro de 2024. Em Israel o serviço militar para mulheres é obrigatório. A população se mobilizou e está fazendo comida e doações aos soldados”, contou.
Carla está ficando em casa com as filhas Giovanna e Giulia, que nasceu em Israel. O marido Gustavo, que é judeu, continua trabalhando. “Se não fosse o avançado sistema de defesa antiaéreo israelense a situação estaria bem pior, pois os misseis lançados cairiam sobre a população civil. Torcemos para que tudo isso acabe logo. Orem por nós”, conclui a colinense.