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D. Darcy está prestes a completar 101 anos de vida

A falta de preocupação e a tranquilidade são o segredo da longevidade de Darcy Generosa da Silva Dechen, que completa 101 anos na próxima segunda-feira, dia 26. A história, mais que centenária desta simpática senhora, foi contada pela filha, a professora aposentada Diva Maria Dechen Junqueira Franco que abriu as portas da sua casa para a reportagem.

Dona Darcy é natural de São Paulo e chegou em Colina em 1946 com 23 anos. “Meu pai, Aristides Dechen, comprou a padaria do senhor Atílio juntamente com o cunhado, que eram sócios, por causa da linha férrea que passava por aqui. Colina era a penúltima cidade da linha da Paulista, que terminava em Barretos. O trem na época era sinônimo de progresso”, contou D. Diva que acrescentou. “Quando chegaram a Colina os sócios já tinham fechado negócio e começaram a tocar a Padaria Central, que hoje pertence à família Martins conhecida como Canarinho. Meu pai ficava no depósito em frente à Zema distribuindo o pão no entorno, que subia da padaria em tabuleiros”.

Darcy se casou com 21 anos e só tinha a filha Diva, com menos de 2 anos, quando fixou residência em Colina. Depois de alguns anos nasceu o 2º filho do casal, que tem quatro filhos (duas mulheres e dois homens). “Meus pais esperaram os negócios firmarem e a vida se assentar para terem os meus outros três irmãos (Felipe Carlos, Aristides Filho e Terezinha) que nasceram aqui e hoje moram em São Paulo. Eles ligam com frequência e sempre estão aqui para rever a mamãe”, revelou a professora.

Com a venda da padaria para a família Fainask, o comerciante Aristides quis permanecer na cidade e adquiriu o bar do Leonel, em frente ao antigo cinema. “Meu pai gostava daqui e continuou no comércio. Minha mãe ajudava mais no bar porque na padaria tinha muito empregado. Sempre foi uma excelente cozinheira, aprendi com ela a fazer comida boa. Ela continuou fazendo doces e salgados, contando com a ajuda das suas auxiliares. Me lembro que a cara do bar mudou, começou a ser frequentado pelos namoradinhos da época que iam comer lanche, salgados e, é claro, os deliciosos doces da mamãe, que sempre foi ativa e criou os quatros filhos”.

Com a morte do marido em 1975, aos 56 anos por problemas cardíacos, os filhos a levaram para morar em São Paulo, onde permaneceu por um tempo. Quando já tinha mais idade retornou a Colina e morou sozinha até mais de 90 anos. Há 10 anos está com a filha Diva que afirmou: “Apesar da dificuldade de caminhar por sentir fraqueza nas pernas, mamãe tem uma excelente saúde, é a única dos irmãos que está viva. A vida inteira sempre foi cama e tranquila, alimenta-se e dorme bem”. Ela ressaltou: “Até hoje toma as vitaminas receitadas pelo Dr. Pedro há bastante tempo. Ela também anda meio esquecida e escutando pouco, mas faz tudo sozinha com orientação da cuidadora Débora Simão, que está conosco há três anos. Gosta de assistir televisão, andar pela casa e fazemos o terço da Canção Nova todos os dias às 18h”.

A idosa centenária, que está viúva há  49 anos,  disse que casamento é um só e que nunca pensou em chegar tão longe. “Vou tocando o barco, não me preocupo. Faço o melhor sempre e com Deus no coração”, disse D. Darcy que tem 8 netos e 6 bisnetos.

A família costuma dizer que a calma e a mansidão são o segredo da longevidade de Dona Darcy.
A tranquilidade e a calma são o segredo da longevidade desta idosa mais que centenária.