Interrupção do serviço gerou transtornos e prejuízos
No último final de semana moradores da Avenida Cel. Antenor Junqueira Franco e Rua Antônio Paulo de Miranda ficaram sem o fornecimento de energia elétrica por quase 26 horas, após uma queda de energia ocorrida no fim da tarde de sexta-feira, dia 11.
Naquele dia uma rápida, porém forte chuva, acabou causando queda de energia em praticamente todos os bairros da cidade, tendo o serviço voltado posteriormente, mesmo que apresentando algumas instabilidades, se restabeleceu durante a madrugada de sábado.
Porém para os moradores de algumas casas no trecho acima mencionado o serviço demorou bem mais para ser restabelecido, o que gerou muita reclamação e prejuízos.
A grande queixa das pessoas foi com relação ao atendimento realizado pela CPFL Paulista, responsável pela distribuição da energia elétrica.
Foi relatado espera demorada, atendimento confuso por parte do atendimento eletrônico e falta de informações claras sobre qual era o problema e quando seria resolvido. O prazo de resolução só aumentava, passando pelas 23h de sexta-feira, madrugada/manhã de sábado e chegando ao máximo às 19h45.
Em alguns atendimentos era relatado que havia sim energia nos locais citados, que não era a realidade, conforme constatado por um eletricista chamado, que olhando os postes da rua, notou a queda de duas bananas, na Rua Antônio Paulo de Miranda, em frente à Prefeitura Municipal.
No início da tarde de sábado foi feito contato com a central da CPFL que, enfim, informou que uma equipe seria deslocada para resolver a situação.
Por volta das 16h30 dois prestadores de serviços da companhia elétrica tentaram trocar as bananas, mas constataram que o transformador estava queimado e precisava ser trocado, o que não teria um prazo para ser feito.
Para que a energia fosse restabelecida nas residências, foi realizado um trabalho provisório que religou o serviço às 18h04.
No domingo houve mais uma interrupção para a troca do transformador.
DESCASO E PREJUIÍZO
Somando os períodos entre a tarde de sexta e sábado e o tempo para a troca do transformador foram quase 26 horas sem energia elétrica. Os moradores prejudicados pelo problema relataram descaso e prejuízo.
O fato de não conseguirem uma solução do problema pelo “0800” incomodou. Todos disseram ter ligado inúmeras vezes, sem conseguir informação concreta.
Também foi relatado prejuízos. Um morador disse que estava perdendo toda a carne em sua geladeira, além de outros mantimentos que necessitavam de refrigeração para serem conservados.
A Rádio 105 FM ficou o tempo todo fora do ar. Segundo a direção, foram perdidos compromissos comerciais que deverão ser repostos posteriormente. Alguns equipamentos também foram danificados devido aos picos de energia.
O comerciante Aridaco Gonçalves dos Santos, proprietário da Pastelaria Master há 4 anos, disse que perdeu os pastéis que estavam prontos para serem preparados e vendidos.
No estabelecimento ele também vende sorvetes, que derreteram sem a refrigeração.
“Perdi praticamente todo o sorvete que tinha chegado na quinta-feira, dia 10. Não sei se a empresa vai trocar ou não, provavelmente não”, lamentou. Segundo ele, o prejuízo deve chegar a R$ 1 mil, só em mercadorias, sem entrar no cálculo a perda das vendas, pois o local teve que ficar fechado.
Aridaco explicou também que o prejuízo só não foi maior, pois a geladeira, mesmo desligada conseguiu manter os produtos utilizados para fazer os pastéis em uma temperatura que não estragou.
“A sorte foi essa, a geladeira conseguiu manter tudo conservado porque eu tinha mais de R$ 1 mil dentro de mercadoria, então acabou diminuindo um pouco o prejuízo”.
O comerciante relatou que picos de energia não são raros na região, mas a energia sempre é estabelecida em pouco tempo. Acresentou que pretende buscar seus direitos para tentar recuperar parte do que perdeu neste fim de semana.
Aline Afonso, outra moradora prejudicada pela falta de luz, conta que por trabalhar em casa teve que desmarcar vários atendimentos no sábado, pois não tinha como trabalhar.
“Tenho um filho de 4 anos, como fica sem energia com uma criança em casa?”, questiona e completa: “Minha mãe me ajuda a tomar conta dele, mas ela é minha vizinha e estava sem energia também”.
Ela conta que teve dificuldades em falar com a CPFL, pois a cada hora era dada uma estimativa diferente para o serviço voltar à normalidade.
As várias horas sem energia elétrica também a fez perder mantimentos. “Minha geladeira descongelou e toda a carne que tinha nela estragou, perdi tudo”, relatou.
Antes da luz voltar, vários picos de energia foram registrados, segundo Aline, que informou que uma geladeira de sua mãe parou de funcionar. “Na minha casa ainda não sei se algum aparelho teve dano, mas coisas de geladeira e meu trabalho, por exemplo, prejudicou muito, pois trabalho na minha casa”.
“Qualquer chuva já acaba a energia e não é a primeira vez que volta em toda a cidade e esse quarteirão fica para trás sempre”, finalizou.
CPFL SE MANIFESTA
Procurada pela reportagem, a CPFL Paulista, emitiu a seguinte nota sobre o ocorrido:
“A CPFL Paulista informa que registrou interrupção no trecho informado em Colina no sábado, 12. Equipes da concessionária realizaram as manobras necessárias no sistema e restabeleceram a energia aos clientes afetados. No domingo, 13, após a conclusão dos trabalhos necessários na rede, houve breve interrupção para a reconfiguração do sistema à condição original e o fornecimento foi normalizado.
A CPFL Paulista ressalta que, além do call center (0800 010 1010), o registro da falta de energia pode ser feito pelos canais digitais de atendimento: site www.cpfl.com.br, app CPFL Energia, WhatsApp (19) 99908-8888 e SMS 27351”.
A empresa não se manifestou sobre possíveis prejuízos dos moradores.
