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Vereador Rafael, reeleito para seu 2º mandato, dá conselho para os jovens estreantes

A política é uma vocação da família que começou com o avô, seguida pelos filhos e netos

O vereador Rafael Cury, reeleito para o 2º mandato com 361 votos, esteve nos estúdios da 105 FM no último dia 18 e disse que a política é uma paixão da família e aconselhou os jovens candidatos eleitos pela 1ª vez, que são estreantes na política. Ele atua profissionalmente como empresário do ramo imobiliário.

O político já disputou três eleições, a primeira pelo PSDB e as duas últimas pelo PSB, partido que está filiado atualmente. O conselho que Rafael dá aos jovens eleitos, que vão assumir o primeiro mandato, é que sejam independentes, imparciais e pensem no munícipe. “O principal é trabalhar, não ter vínculo partidário, ter independência para votar em um projeto e defender o que está fazendo. Se tivermos a maturidade e humildade de querer aprender certamente teremos êxito. Se acharmos que somos donos da verdade e da razão isso dificulta os caminhos para legislar com sabedoria, imparcialidade e tranquilidade”.

MILITÂNCIA COMEÇOU COM O AVÔ

O entrevistado nasceu na política e a militância começou com o avô Salomão Cury que foi cinco vezes vereador, o mesmo número de legislaturas do pai “Mãozinho”. “Meu saudoso avô deixou um legado de amor ao próximo e a família, que é muita unida e estamos sempre juntos. Na mesma época meu pai e meu tio Assef, dois irmãos, foram vereadores três vezes seguidas. Meu irmão Daniel e meu primo Gilberto (já falecido) também já foram vereadores. Essa é uma vocação da minha família que conversa, respira e vive política que é a arte de servir. Entrei nessa militância para contribuir com a sociedade”.

TIO FAMOSO

O vereador é sobrinho de Augusto Cury, um dos escritores mais lidos da atualidade e seus livros já foram publicados em mais de 70 países. “Meu tio Augusto é um aprendizado diário, cada conversa com ele é uma maneira de aprender e analisar as coisas de outro modo”. Perguntado sobre o que o tio famoso trouxe para a política, Rafael respondeu: “A empatia, se não soubermos nos colocar no lugar do outro não tem como buscar ou querer fazer algo. A preocupação com o ser humano não é só do Augusto, mas vem da minha família”.

EXEMPLO DO PAI

“Seu eu tiver 10% do conhecimento político do meu pai, tenho certeza que serei um excelente vereador. Ele é um político fora de série e um ser humano ímpar. Na adolescência acompanhava meu pai para pedir voto nas casas. Ele sempre me aconselha, pena que nem sempre eu faço o que me fala. Preciso ouvir mais, mas quando há projeto polêmico ou qualquer assunto que preciso me aprofundar um pouco mais, meu pai é a primeira pessoa que procuro para conversar”.

POLARIZAÇÃO POLÍTICA

Para ele, na atual conjuntura, é difícil ser político porque há uma polarização muito grande e é preciso desmistificar muitas coisas. “As pessoas, muitas vezes, não entendem que o político também erra e mesmo tendo seus acertos tem suas dificuldades também. A gente as vezes se questiona se vale a pena porque não tem a separação e a compreensão do eleitor. É muito difícil no atual cenário de tanta polarização e ênfase no que não deveria existir. Para ser político hoje é preciso gostar muito”. Ressaltou: “Por outro lado, quando vemos que as pessoas acompanham seu trabalho, que realmente está exercendo sua função com seriedade, isso nos dá força e ânimo para continuar melhorando cada vez mais”.

Rafael disse que a sociedade tem um conceito errado de sempre falar que a culpa é do vereador, que não tem a atribuição de executar. “Fiz um projeto para abaixar a taxa de esgoto que é de 80% do valor da água. É um projeto inconstitucional, que o vereador não pode fazer, segundo o Departamento Jurídico, porque não podemos onerar os cofres públicos. O vereador muitas vezes está limitado e engessado”. Salientou: “A função real do vereador, a mais importante que está na Lei Orgânica e Regimento Interno, é fiscalizar o Executivo para que o dinheiro seja aplicado de forma correta para que a população tenha o benefício”.

O vereador disse ainda que apresentou poucas indicações porque sempre faz requerimentos. “É uma forma do prefeito ou do setor responsável responder. Apresentei em torno de 140 requerimentos. O próprio site da Câmara, na aba dos vereadores, tem o resumo que mostra o número de projetos, requerimentos e indicações apresentados por cada vereador. É uma forma de acompanhar o trabalho”.

NÃO SOMOS OPOSIÇÃO

Rafael destacou: “Não somos oposição da atual Administração, temos posições diferentes. Estatisticamente acredito que nós, da base da posição diferente do atual governo, votamos em 95% dos projetos favoráveis. Entendemos que são projetos que podem beneficiar a população. Sempre tivemos o cuidado de votar de acordo com aquilo que é correto, que é válido”.

Rafael disse que às vezes, fazendo uma autoanálise de si mesmo, vê que pode mudar um pouco o jeito explosivo. “Quando estou na Câmara quero defender de qualquer jeito minha posição, mas muitas vezes uso uma forma um pouco agressiva nas palavras. Temos que ter mais tranquilidade para responder, com mais jeito e calma. Estou procurando exercitar isso, mas minha conduta e postura, de trabalhar em prol da comunidade, sempre vai ser a mesma, independentemente de quem esteja no Executivo”.

REPRESENTAÇÕES CONTRA SAÚDE

“Fiz, juntamente com meus companheiros, mais de 10 representações contra a saúde porque em uma cidade com uma arrecadação fora de base para o tamanho de Colina deixamos muito a desejar quando o assunto é pediatria, remédio, Pronto Atendimento Municipal e agendamento de exames”, esclareceu Rafael que ressaltou: “O nosso grupo quer fazer de Colina um centro diferenciado na saúde de qualidade, agilizar os exames e a distribuição dos remédios. Se minhas filhas precisarem de um pediatra agora vou levar no Pronto Atendimento Municipal e não tem, só que a Humaniza ganha para ter um pediatra 24 horas. Isso causa indignação, não pode acontecer porque quem não tem plano de saúde e nem condições como vai fazer? É necessário ter uma ala de pediatria especial, diferente, para que os pais que não tem condições sejam bem atendidos”.

ÁREAS QUE CARECEM ATENÇÃO

Rafael deu na entrevista declarações sobre várias áreas públicas, que carecem de atenção:

“A Administração Pública peca muito na limpeza. Recebi a foto de um munícipe mostrando a pista de skate com mato cobrindo banco, entulhos jogados que podem juntar escorpião. Se a gente não faz, não damos exemplo e não temos moral para cobrar. Teve um projeto polêmico, no meio do ano, das calçadas. Como a Administração vai cobrar se muitos lugares públicos não têm calçada. Uma pequena parte da população não colabora, mas também não tem incentivo da prefeitura que precisa cuidar, é um patrimônio público. A população precisa estar ciente que a responsabilidade não é só do Poder Público”;

“O futebol sempre foi o forte, mas precisamos tratar os outros esportes com a mesma importância. Estamos falando de inclusão que gera um ganho muito grande. Todos esportes são bem-vindos, necessários e precisam de um olhar especial”.

“O vereador teve alguns encontros com professores e assistentes e para ele o primeiro ponto é a valorização dos profissionais, não só do setor público como do privado também. “A valorização é o caminho para uma mudança necessária”.

FALTA DE POLÍTICAS PÚBLICAS PARA ANIMAIS

Alguns dos projetos do vereador aprovados na Câmara, mas não executados é da implantação do Canil e das clínicas veterinárias ter plantão para atender os animais. “Existem bons projetos não só de minha autoria, mas de outros vereadores. O Poder Público está parado no acolhimento, a castração é insuficiente e muitos animais de ruas abandonados que podem avançar e machucar os munícipes e crianças”.

Ele comentou o caso da motociclista que ficou gravemente ferida no ataque de quatros cães. “Há necessidade de uma política pública de fiscalização, orientação e de punição porque há pessoas que pegam animais para abandoná-los nas ruas. É preciso ter uma responsabilidade, uma seriedade muito grande do Poder Público para que casos como esse não aconteçam e para evitar uma tragédia maior”.

Rafael finalizou a entrevista se colocando à disposição do povo. “Como vereador a minha função e missão é trabalhar pelo munícipe, pela cidade e para o povo. Estou sempre aberto ao diálogo e a servir, essa é a função do agente público”. Vereador Rafael Cury eleito para o 2º mandato com 361 votos.

Rafael foi entrevistado no programa da 105 FM do último dia 18.