Estudantes que vão votar pela 1ª vez disseram que é preciso pesquisar sobre os candidatos
Na faixa etária dos 16 aos 18 anos o voto não é obrigatório, mas o desinteresse dos jovens pela política tem aumentado a cada ano com a baixa adesão para tirar o título pela primeira vez.
Para reverter esta situação foi deflagrada desde o início do ano uma campanha para estimular a juventude a tirar o título eleitoral.
Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral, o resultado foi satisfatório e entre janeiro e abril deste ano o país ganhou 2.042.817 novos eleitores de 16 a 18 anos, o que representa aumento de 47,2% em relação ao mesmo período de 2018.
APOIO FAMILIAR
A reportagem esteve na Escola Agrícola para saber o que incentivou os jovens estudantes a tirarem o título. Dos 31 alunos do 3º ano 11 fizeram o cadastro eleitoral para votar pela primeira vez.
Para a maioria dos estudantes a influência por parte da família, dos amigos e até da internet é positiva, mas é preciso conhecer mais dos candidatos, seu histórico politico e se têm palavra para cumprir as promessas de campanha. Veja a opinião dos entrevistados:
A família e principalmente o irmão do estudante Diogo Gomes, de 17 anos, pesou bastante na decisão de tirar o título. “O jovem está mais atento à política e pode sim fazer a diferença. Acredito que a família tem total influência na escolha, mas quero pesquisar o passado e o presente dos candidatos, principalmente se mantiveram a palavra depois de eleitos”.
Bruno Araújo, 17, é favorável ao voto dos menores de 18 anos, tanto que já está com seu título na mão. “Tive apoio da minha família para votar. Se começamos mais cedo vamos ganhando experiência também. Quero ouvir o que os candidatos têm a dizer, analisar as propostas e avaliar também as opiniões”.
Para Lorena Bízio, 17 anos, as propostas políticas precisam beneficiar a coletividade. “O jovem hoje em dia tem bastante personalidade, não devemos seguir a maioria. Precisamos expressar isso nas urnas para trazer benefícios para todos os brasileiros”.
Gabrielle Santiago, 17, não era a favor de votar e mudou de ideia. “Meu pai me motivou bastante ao dizer que tinha que votar para ter voz. Se a eleição fosse hoje não estaria preparada, vou procurar me informar mais antes de fazer a escolha”.
O aluno Gustavo Castro é o único que tem 16 anos e se mostrou bastante consciente em relação ao poder que o voto tem. “O jovem precisa ser mais crítico para ter uma sociedade melhor. Muitos se deixam influenciar e não procuram saber mais do outro candidato. Mesmo que seja um, meu voto vai contribuir com o futuro da nação. Podemos mudar o Brasil principalmente agora com a mídia digital, o jovem está mais ligado no assunto”. Ele tem como referência na política Enéas Carneiro, do extinto Prona. “Ele era um cara preparado e muito inteligente, tinha razão naquilo que falava. Na época foi desacreditado e mal compreendido”.
A estudante Roberta Almeida, 17, ficou em muita dúvida e acabou não tirando o título. “Vou ter essa responsabilidade só com 18 anos. Não estou preparada porque política é coisa séria, temos que estar bem decididos”.