Faleceu na última quinta, dia 24, o ex-pugilista José Adilson Rodrigues do Santos, o Maguila. Ele tinha 66 anos e sofria de encefalopatia traumática crônica, também conhecida como demência pugilística, diagnosticada em 2013.
A confirmação da morte de Maguila foi dada pela esposa, Irani Pinheiro, em entrevista a TV Record.
“Ele ficou 28 dias internado e a gente procurou não falar com a imprensa para eu cuidar da minha família. É o momento de cada um. O Maguila estava há 18 anos com encefalopatia traumática crônica. Há 30 dias, foi descoberto um nódulo no pulmão, ele sentiu muitas dores no abdômen, tiraram dois litros de água do pulmão, não conseguimos fazer a biópsia”, relatou Irani.
Nascido em Aracaju (SE) no dia 11 de julho de 1958, Maguila acumulou na carreira um cartel de 85 lutas, 77 vitórias (61 por nocaute), sete derrotas e um empate técnico. Com seu jeito carismático e suas entrevistas folclóricas, foi cativando o público. Entre as lutas mais especiais da carreira, estão os confrontos com nomes como James “Quebra-ossos” Smith, Evander Holyfield e George Foreman.
Fora dos ringues o boxeador tentou uma carreira musical. Em 2009, lançou o álbum “Vida de Campeão”, com a música que dá nome ao disco, de sua autoria e a gravação de sambas consagrados. Também realizou alguns trabalhos na TV, inclusive como comentarista de economia, no extinto programa “Aqui Agora”, do SBT.
Em 2013, foi diagnosticado com encefalopatia, uma doença neurodegenerativa e irreversível, causada por golpes na cabeça.
Após consentimento da família, o ex-boxeador concordou, em 2018, em doar o cérebro para pesquisa após sua morte, um movimento semelhante ao feito pela família de Bellini. O órgão será objeto de estudo na Universidade de São Paulo. Uma equipe da instituição analisa as consequências de impactos repetidos na cabeça nos esportes, como futebol, boxe e rúgbi, entre outros. O aprofundamento é tido como fundamental para desenvolver medidas de prevenção.
Nos últimos anos de vida, Maguila passou a morar no Centro Terapêutico Anjos de Deus, clínica em Itu, no interior paulista. Vivia uma rotina regrada que incluía fisioterapia e muita conversa, além de vídeos e lembranças de lutas antigas.