Coluna Mais Saúde

O uso de repelentes na infância

O que os pais devem saber a respeito

Chegaram as chuvas intensas, e junto delas o medo da dengue, que se torna real com o aumento do número de casos e das complicações graves decorrentes dela.

A dengue é uma doença viral, causada por quatro subgrupos principais: DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4. A circulação do vírus ocorre através da picada do mosquito Aedes Aegypt.

Sabemos que além do controle ambiental imprescindível no combate a proliferação do mosquito transmissor, temos a possibilidade do uso de repelentes.

Mas será que existe algum critério para o seu uso, principalmente na infância? O que você deve saber antes de escolher um bom repelente para o seu filho?

Vamos aos fatos…

As características ideais para um bom repelente são: afastar o maior número de espécies ao mesmo tempo; ser eficaz por pelo menos 8 horas, ser atóxico; ter pouco cheiro; resistente ao calor e a água e, ao mesmo tempo, ser agradável ao uso.

Hoje no mercado, temos vários componentes nos repelentes que tentam produzir esses efeitos. Os 3 principais, mais encontrados são: DEET, ICARIDINA e IR3535.

Nem todos são compatíveis ao uso na infância. Principalmente porque a criança conta com uma camada final da pele, chamada de epiderme, muito imatura. Esse fato confere uma absorção muito maior de qualquer produto aplicado. Essa potência pode conferir intoxicação, logo precisamos entender um pouco mais sobre cada um deles para uma escolha consciente.

DEET: muito eficaz no processo de repelir. Porém bastante controverso a idade de liberação. No Brasil, ANVISA libero uso a partir de 2 anos.

Os principais no mercado com essa composição: OFF KIDS, OFF FAMILY, SUPER REPELEX KIDS.

ICARIDINA: até 2 vezes mais potente que o DEET na função de repelir. Muito eficaz contra o mosquito da dengue. Evapora mais lentamente, portanto possui maior fixação.

ANVISA libera principalmente a partir de 3 meses de idade e orienta checar a liberação de acordo com cada fabricante.

Alguns exemplos disponíveis no mercado: EXPOSIS BABY e OFF BABY.

IR3535: sua eficácia se assemelha ao DEET. A ANVISA libera o uso a partir de 6 meses, mas reafirma a necessidade de seguir também a liberação que o fabricante orientar.

Algumas opções: MUSTELA REPELENTE, MOSKITOFF BABY.

Outras ações coadjuvantes para repelir o mosquito são o uso de permetrina em roupas, lençóis, barracas de acampamento; para os menores de dois/três meses em que o uso de repelentes é contraindicado deve-se valer de medidas físicas como roupas de manhã longa e calças, telas de janelas e mosquiteiros.

Para finalizar, fiquem atentos também a frequência do uso indicado para cada idade e deixar fora do alcance das crianças para que não ocorra acidentes de ingestão.

Protejam-se. E protejam os seus.

Dra. Luana Liso
Médica Pediatra
CRM 175.966
RQE 90.823